Programação
Desenvolvido por Anselmo de Cantuária em seu Proslogium I – IV, o argumento único referente à existência de Deus face à postura ateísta (que viria a ser conhecido, na Modernidade, como argumento ontológico) foi recepcionado no século XIII pela Escola Franciscana Inicial, com Alexandre de Hales e, sobretudo, com Boaventura de Bagnoregio, que intentará redefinir a argumentação fazendo convergir o núcleo anselmiano junto aos antecedentes conceituais agostinianos, bem como ao uso, então corrente, do axioma aviceniano esse est quod primo cadit in intellectu (o ser é o que primeiro é inteligido – Itinerarium mentis in Deum V) bem como à interpretação patrística da passagem escriturística de Êxodo 3, 14 (“Aquele que é”), para torná-la eixo constitutivo de sua síntese filosófico-teológica, princípio de todo conhecimento humano certo e indubitável (De Mysterio Trinitatis I).