Programação
A Reforma Protestante, que possui profundas raízes na Idade Média, com a contestação, desde os chamados protorreformadores, da autoridade papal e das práticas religiosas da Igreja de Roma, teve como marco convencional de seu início as 95 teses de Lutero, afixadas em 1517 em Wittenberg, na Saxônia. Na verdade, como escreve Skinner, as teses de Lutero fortaleceram a formação de um quadro que permitiu, progressivamente, “não só atacar o tráfico que o papado efetuava com as indulgências, mas todo um conjunto de atitudes políticas, assim como religiosas, que tinham ficado associadas aos ensinamentos da Igreja Católica”.
A Jornada Religião e Politica – 500 anos da Reforma tem como objetivo reunir professores e pesquisadores para examinar as repercussões e os efeitos do movimento reformado no plano do pensamento político moderno. Dentre estes efeitos, podemos assinalar o debate em torno das jurisdições respectivas dos poderes religiosos e dos poderes civis, a defesa dos poderes temporais, assim como, de outro lado, o surgimento de teorias sobre a natureza e o alcance do direito de resistência aos poderes instituídos. A jornada acolherá também apresentações de trabalhos sobre a gênese da ideia moderna de tolerância, que sem dúvida é devedora das experiências dos conflitos político-religiosos que se seguiram à difusão e institucionalização da Reforma.
Jornada Religião e Política – 500 anos da Reforma Protestante (1517- 2017)
DEPARTAMENTO DE FILOSOFIA - USP
PROGRAMAÇÃO
23/11 – 14 horas: Abertura
MESA 1
Silvio Gabriel Serrano Nunes: Martinho Lutero: o testemunho da autoridade secular e o impasse do direito de resistência.
Paulo Roberto Pedrozo Rocha: “Uma horda odiosa de cães”: uma leitura das consequências políticas da Reforma Protestante, a partir de Zwinglio, Muntzer e Lutero.
Frank Viana Carvalho: Vindiciae contra tyrannos: uma proposta contratual de Estado no século XVI.
Coordenador: Luiz Felipe de Andrada e Silva Sahd.
23/11 – 16: horas
MESA 2
Rodrigo Ribeiro de Sousa: A Reforma Protestante e sua influência na filosofia política de Locke.
Luiz Felipe de Andrada e Silva Sahd: Puffendorf e a Reforma: A noção de autoridade política.
Josué Ricardo Menossi de Freitas: As bases teológicas da justiça em Calvino.
Coordenador: Silvio Gabriel Serrano Nunes.
23/11 – 18:00 horas
MESA 3
Sergio Xavier Gomes de Araújo: Conflitos religiosos e problemas éticos no século corrompido segundo Montaigne.
Silvana de Souza Ramos: Montaigne e o arrependimento: ecos da reforma.
Ana Paula: Calvinistas no Brasil: Jean de Lery e a construção da memória da França Antártica.
Coordenador: Rodrigo Ribeiro de Sousa
24/11 – 14 horas
MESA 4
Patricia Fontoura Aranovich: antecedentes da Reforma Protestante.
Maria Constança Peres Pissarra: Religião e política na Genebra de Calvino.
Christian Brially T. D. Medeiros: As bases teológicas das proposições políticas de Calvino.
Coordenador: Rodrigo Martiniano Tardeli.
24/11 – 16 horas
MESA 5
Rodrigo Martiniano Tardeli: Uma visão comparativa dos tribunais religiosos católicos e calvinistas e a evolução da jurisprudência.
André Luís Albuquerque: O protestantismo espanhol e a contrarreforma de Felipe II.
Gerson Leite de Moraes: O arbítrio é livre ou servo? O contexto político do debate entre Lutero e Erasmo.
Coordenador: Patricia Fontoura Aranovich.
24/11 – 18 horas
MESA 6 - Encerramento
Douglas Barros: Crise, modernidade e soberania.
Alberto Ribeiro Gonçalves Barros: Reforma e liberdade: a relação entre governo da Igreja e governo civil em John Milton.
Coordenadora: Maria das Graças de Souza.