BRUNO FONTANA NISHIYAMA BERNARDES FERREIRA

A tese defendida nesta pesquisa pode ser resumida no seguinte: Deus é o eixo central em torno do qual Schelling, nas Lições Muniquenses de História da Filosofia Moderna (1834), realiza sua crítica da Modernidade e propõe a criação de uma nova filosofia. Para ele, Deus se apresentava como o fundamento mesmo de toda a filosofia, entendido ora como conjunto universal das possibilidades, ora como abismo imemorial e extra-conceitual. Schelling não buscava, com isso, entretanto, resolver meros problemas doutrinais de metafísica ou teologia. O que ele mesmo dizia estar buscando era o Deus da fé, não o deus da razão; o Deus revelado, não o deus pensado; um Deus vivo e pessoal, não um deus morto e abstrato. Pretendemos demonstrar, em síntese, que o projeto das Lições era fazer dessa ideia positiva de Deus — que Schelling irá, depois, tematizar longamente na Filosofia da Revelação (1841- 42) — o critério de julgamento filosofia moderna, essencialmente negativa, visando não apenas criticá-la, mas também abarcá-la e superá-la.