JÚLIA BESSADA RODRIGUES

A interpretação dos produtos humanos, como as obras literárias e a linguagem, percorre a filosofia de Herder, abrangendo desde seus primeiros escritos até sua maturidade. No livro Também uma Filosofia da História, de 1774, Herder expande o método genético, para além da crítica literária aos campos da história e da antropologia. Em sua visão, o passado da humanidade pode ser compreendido a partir da interpretação realizada por quem o analisa. Entretanto, Herder questiona se é possível abordar a história e outros povos sem se deixar influenciar pela perspectiva particular do intérprete. Sua proposta busca compreender as ações humanas em seu contexto específico de tempo e lugar mesmo que elas estejam em relação a um desígnio divino mais amplo. Nossa pesquisa procura esclarecer a tensão presente na filosofia da história de Herder, que considera as múltiplas perspectivas possíveis e busca indicar como o intérprete deve analisar as produções humanas. Assim, investigamos o significado do método genético proposto por Herder e como ele concebe a posição do intérprete na análise do passado. Nosso objetivo é aprofundar a compreensão de sua filosofia, destacando o estatuto da história.