Pretendemos verificar a hipótese de que a doutrina nietzschiana do eterno retorno, na forma como é apresentada no aforismo “O maior dos pesos”, de A Gaia Ciência, cumpre uma função apologética, e não uma função diagnóstica, como propõe diversas interpretações do texto de Nietzsche. Formulamos essa hipótese no final de nossa pesquisa de mestrado, quando investigávamos as condições para a passagem do “egoísmo doente” para o “egoísmo sadio” – ou seja, as condições para a convalescença – na “psicofisiologia” nietzschiana. Verificamos que, nessa psicofisiologia, a convalescença é prerrogativa dos corpos “fundamentalmente sadios”, predestinados à saúde. Sugeriu-se, então, a analogia entre a ideia de convalescença na psicofisiologia nietzschiana e a ideia de conversão na doutrina agostiniana da graça. Para estabelecer essa analogia, escolhemos os desenvolvimentos de Blaise Pascal sobre a doutrina agostiniana da graça. Essa escolha é justificada pelo fato de Nietzsche ser, declaradamente, leitor de Pascal, além de mencioná-lo em diversas passagens de sua obra.
STELIO DE CARVALHO NETO
Curso
Doutorado
Título de la investigación
Conversão e Convalescença: Questão de Graça
Resumo da pesquisa
Orientador
Alex de Campos Moura