THIAGO MARTINS DOS SANTOS SILVA

O trabalho explora a relação entre o sensível e o inteligível na filosofia de Merleau-Ponty, dividindo a análise em quatro partes. A questão central é como dimensões ontologicamente distintas podem coexistir e se condicionar mutuamente. Merleau-Ponty revisita posições filosóficas significativas, como o empirismo, o idealismo e o criticismo, criticando a visão tradicional que separa mente e corpo. Na primeira parte, "A corporeidade", destaca-se como a corporeidade é fundamental para a emergência do sentido. Merleau-Ponty refuta interpretações clássicas do gesto, propondo que a comunicação é mais do que associações contíguas; é uma expressão corporal intrínseca. A fala é vista como um ato espontâneo, mais ligado ao corpo do que à mente. Os capítulos seguintes abordam a criação artística e científica. Em "A Linguagem: Vida e História na Arte", Merleau-Ponty discute a arte moderna como uma busca por verdade sem modelos pré-concebidos, questionando o papel do museu na definição do que é artístico. Em "A Coexistência: o Campo de Cultura", a ciência é explorada como uma instituição viva, interligada à história e à cultura. Por fim, a noção de reversibilidade é apresentada como crucial para entender como elementos culturais se entrelaçam. Merleau-Ponty enfatiza que a forma e o sentido são inseparáveis e que a criação cultural envolve um processo contínuo de descoberta e interpretação. O trabalho conclui que a identidade entre forma material e significado é fundamental para compreender os novos seres de cultura.