No parágrafo final de Fé e Saber (1802), Hegel introduz na história da filosofia a questão da morte de deus, mote ao qual ele retornaria ao longo de sua obra madura. A inclusão da problemática na conclusão do artigo, porém, exige que se trate da mesma como resultado, não apenas do artigo mas, como argumentaremos, da formação hegeliana. Retornando aos fragmentos do período de Berna, busca-se mostrar uma continuidade de uma crítica ao transcendente à crítica madura da representação e da ontologia da finitude, passando pela elaboração de uma crítica ao universal abstrato da filosofia pós-kantiana e o desenvolvimento de uma ontologia própria no período de Frankfurt, seguido de uma análise do colapso do projeto de juventude de uma Volksreligion como transição à filosofia, composta de uma rejeição da ontologia anterior e uma prefiguração da noção madura de lógica como metafísica. Tomando, portanto, a recusa ao além, a crítica da diferença ontológica e a crítica ao perspectivismo subjetivista, Hegel formula a morte de deus como o momento da inscrição da diferença no absoluto, momento este que é, por sua vez, apenas momento no sentido de não constituir uma barreira intransponível no interior do absoluto.
VICTOR TAVARES BERTUCCI
Curso
Mestrado
Título de la investigación
A morte de deus em Fé e Saber: positividade, negatividade e a crítica ao além
Resumo da pesquisa
Orientador
Oliver Tolle
Fomento
CNPq
Data da defesa
06/02/2025