JEFFERSON MARTINS VIEL

Curso
Doutorado
Título de la investigación
Engels, Marx: um itinerário rumo ao comunismo
Resumo da pesquisa

Dado um pressuposto de ordem política concernente às possiblidades de transformação da sociedade rumo ao que tradicionalmente é chamado de a emancipação de seus componentes, recupero – nesta tese – um itinerário bastante conhecido, que, ao tomar por fio condutor o conceito de proletariado, na medida em que ele procura determinar o sujeito responsável pela transformação que se tem em vista, parte das primeira obras teóricas de Engels e de Marx, em 1842, e segue até a formulação de sua nova visão da história, exposta de início nos manuscritos que integram A ideologia alemã, em 1845-1846. Ao fazê-lo, busco defender que esse itinerário deve ser interpretado a partir de uma “escolha existencial” pela revolução realizada por esses filósofos, assim como pelas conjunturas políticas a ela interpostas, mais que por disputas travadas no âmbito da mera teoria. Assim, sigo um plano expositivo marcado pelos ajustes de rota tomados por Marx e Engels durante esse período. Em primeiro lugar, o rompimento de Marx em relação ao liberalismo renano e sua conseguinte trama do conceito de proletariado como base material da emancipação alemã, em reposta ao fracasso da estratégia filosófico-política de educação das sociedades germânicas mediante a atividade da imprensa livre organizada em sistema. Em segundo, o rompimento de Marx para com Ruge e o abandono da concepção do proletariado como massa passiva a ser liderada pelos intelectuais, em prol de outra, na qual este, consciente de si, é capaz de conduzir as próprias lutas por libertação, em resposta às lutas do proletariado organizado nos países ditos “avançados” da Europa. Em terceiro, a concepção de proletariado urdida por Engels, a partir tanto de suas investigações empíricas sobre as classes operárias na Inglaterra quanto da bagagem conceitual hessiana que ele trazia da Alemanha, que o estimulam a propor, em resposta aos levantes ditos “cartistas” em território britânico, uma aliança entre o princípio teórico democrático/socialista e o movimento prático dos trabalhadores para a emancipação da Inglaterra, em termos não muito distantes daqueles expostos por Marx no mesmo período. Por fim, o abandono de ambos de sua “consciência filosófica anterior” rumo à criação de uma nova ontologia, em resposta à intervenção de Stirner em O único e sua propriedade. Então, concluo que, a despeito de os ajustes no itinerário filosófico-político de Marx e Engels ser determinado por questões de ordem prática, é apenas com a criação dessa nova ontologia que eles se tornam capazes de responder aos problemas políticos a que se dedicam.

Orientador
Homero Silveira Santiago
Data da defesa
11/03/2025