No prefácio do "Tratado teológico-político", Espinosa nomeia seu destinatário — o leitor filósofo — e afirma que a obra será de “extrema utilidade” àqueles que “poderiam filosofar mais livremente, se a tanto não o impedisse o julgarem que a razão deve ser serva da teologia”. O TTP, portanto, apresenta-se ao leitor com um convite à filosofia. A partir dessa constatação, nossa pesquisa visa à investigação do texto espinosano de modo a compreender como este forma seu leitor como filósofo. Para cumprir esse objetivo, investigaremos o estatuto do leitor filósofo na obra, como a teologia é descrita como um obstáculo à liberdade de filosofar e como análise espinosana da profecia permite a crítica da teologia e a defesa da filosofia como produção autônoma do intelecto. Também pretendemos pensar o leitor filósofo não apenas como o destinatário original da obra espinosana, mas como uma certa posição diante do texto (e da realidade) que nos permite pensar os problemas da leitura e da interpretação filosófica para além do "Tratado teológico-político".
RUAN DE SOUSA GABRIEL
Curso
Mestrado
Título de la investigación
DA SUBMISSÃO TEOLÓGICA À LIBERDADE DE FILOSOFAR: O PERCURSO DO LEITOR FILÓSOFO NO TRATADO TEOLÓGICO-POLÍTICO DE ESPINOSA
Resumo da pesquisa
Orientador
Homero Silveira Santiago