Pretendo investigar, no âmbito da filosofia de Frege, o que está envolvido no uso significativo da linguagem: os fatores essenciais para que determinado enunciado conte como algo que foi dito e que pode ser entendido. Apesar da forte conexão estabelecida por Frege entre as dimensões da linguagem e do pensamento, qualquer leitura que trate esta conexão como um colapso da distinção entre aquelas dimensões parece equivocada: há em Frege, a meu ver, condições de possibilidade para que um enunciado de fato expresse o pensamento que parece expressar. Acredito, em particular, que a literatura secundária jamais reconheceu que há diferentes fontes para os limites impostos à linguagem na obra de Frege: além da fonte puramente lógica — responsável pela impossibilidade da descrição adequada dos sentidos de primitivos lógicos e pela proibição da construção de sentenças que combinem expressões categorialmente incompatíveis —, parece haver ainda, pelo menos, uma fonte de caráter cognitivo — estabelecida pelo fato de que o sentido de um termo, tomado como o "modo de apresentação" do objeto supostamente denotado, pode não estar disponível ao usuários do termo em certas circunstâncias.
JOÃO LUCAS PIMENTA DA SILVA PINTO
Curso
Doutorado
Título de la investigación
Dizer e entender em Frege
Resumo da pesquisa
Orientador
João Vergílio Gallerani Cuter
Fomento
Fapesp