A pesquisa tem como objetivo compreender a persistência da crítica da ideologia dos manuscritos de A ideologia alemã, de Marx e Engels, na crítica da economia política das Teorias do mais-valor. Defende-se que se a crítica da ideologia de 1845 e 1846 aponta para uma correspondência entre duas inversões, a inversão real em que o poder oriundo da cooperação entre os indivíduos aparece-lhes como um poder estranho, e a inversão ideológica, de acordo com a qual as ideias aparecem como dotadas de poder sobre os indivíduos e de realidade própria, a crítica da economia política empreendida nos manuscritos de 1861 a 1863 remete a história do pensamento econômico à história de formação do capitalismo, de forma que a teoria do valor até sua formulação ricardiana coaduna com o desenvolvimento da indústria moderna. Uma vez que os economistas, em especial Smith e Ricardo, expressam “a conexão das coisas tal como aparece na concorrência, e nesta tudo se configura sempre ao revés, de cabeça para baixo pergunta-se se o fato de nenhum deles ter chegado exposição do mais-valor na sua forma pura configura uma inversão ideológica derivada dessa inversão real, tal como os ideólogos alemães.
GISELE ZANOLA CARVALHO
Curso
Doutorado
Título de la investigación
A crítica da ideologia na crítica da economia política: A ideologia alemã e as Teorias do mais-valor
Resumo da pesquisa
Orientador
Luiz Sérgio Repa
Fomento
CAPES