THIAGO PAULINO JORDÃO

O que se pretende nesta pesquisa é superar estudos sobre a vontade em Agostinho para analisar as teorias que os baseiam. Em posse delas, o objetivo é defender a hipótese de que há, nesse tema, um desenvolvimento no pensamento de Agostinho. Entre aqueles que defendem uma ruptura, como se ele houvesse descartado as descobertas iniciais para abraçar as finais, e aqueles outros que defendem uma estabilidade, como se o entendimento dele a esse respeito nunca houvesse se alterado, existe uma terceira interpretação aqui adotada: o reconhecimento de que existem novas compreensões ao longo de sua vida, que representam não um rompimento com as conclusões anteriores, mas um desenvolvimento que parte delas. Para se comprovar isso pretende-se, primeiramente, analisar o próprio escopo agostiniano, em especial dos textos mais estratégicos para a teoria: o diálogo De libero arbitrio e a correspondência De diversis quaestionibus ad Simplicianum, além de outros textos correlatos. Deste modo, espera-se sintetizar uma teoria geral da vontade em Agostinho que apresente o progresso na assimilação dos principais conceitos pelas quais ela se desenvolveu.