Kant afirma que a lógica, ciência concluída, não conseguiu avançar, nem precisou recuar, desde Aristóteles. Apesar da permanência de alguns elementos, é errado supor que essa ciência tenha desfrutado de uma univocidade doutrinária bimilenar. Kant considerou necessário neutralizar as pretensões referenciais da lógica universal e subordiná-la à lógica particular, que lida com a capacidade referencial de extensões relacionadas. É interessante notar que, nas aulas a partir de 1789, Wolff ocupa um papel de destaque: Kant atribui a ele a melhor lógica disponível, uma lógica universal no caminho seguro da ciência, que não necessita de novas descobertas ou acréscimos. Para Wolff, a lógica, uma ciência não fundadora, mas fundada, toma seus princípios da psicologia e da ontologia. Para Kant, fundar a lógica na psicologia significa torná-la empírica, pois os efeitos nos dão a causa ocasional para buscar suas condições, mas não oferecem seu fundamento por meio de sua descrição. Fundá-la na ontologia significa não reconhecer a irredutibilidade entre um ser integralmente determinado por realidades positivas e um conceito ao qual pertence apenas um dos dois predicados contraditoriamente opostos.
ANDRÉ RODRIGUES FERREIRA PEREZ
Curso
Doutorado
Título de la investigación
Wolff, Kant e as condições de transcendentalização da Lógica
Resumo da pesquisa
Orientador
Maurício Cardoso Keinert
Fomento
Fapesp