V Encontro de Teoria Crítica e Filosofia Política da USP: “100 anos depois: os sentidos de teoria crítica”

Auditório da Casa de Cultura Japonesa
26, 27, 28 e 29/SET 2023

TERÇA-FEIRA, 26 DE SETEMBRO

Abertura: "Teoria crítica hoje: revisitando os sentidos de uma tradição"

Mesa 1 (13h-15h30)
Bianca Tavolari (Cebrap/Mecila)
Raquel Patriota (UFRN)
Ricardo Regatieri (UFBA)
Taísa Palhares (Unicamp)

Mesa 2 (16h-18h30)
Ingrid Cyfer (Unifesp)
Jonas Medeiros (Cebrap)
Mariana Fidelis (UFPE)
Yara Frateschi (Unicamp)

 

COMUNICAÇÕES:

QUARTA FEIRA, 27 DE SETEMBRO

MESA 1 (10h – 12h)
Carine Gomes Cardim Laser (USP): O gesto das Hetairas: a feminilidade em Adorno
Cauê Martins (USP): “Hibernando para fins desconhecidos”: a forma do disco fonográfico em Theodor W. Adorno
Lucas Fiaschetti Estevez (USP): A indústria cultural contemporânea: quando o objeto ultrapassa seu conceito
Comentários: Profa. Dra. Raquel Patriota (UFRN)

MESA 2 (13h – 15h30)
Denise Silveira (Unisinos): O potencial revolucionário da arte em Asja Lācis e Walter Benjamin    
João Pedro Azevedo Lima (UFPA): Benjamin e Atget: “-renascimento” da fotografia ao início do séc. XX    
Marco Túlio Botelho Barbosa Lima (UFLA): Das contribuições de Jeanne Marie Gagnebin para a recepção brasileira de Walter Benjamin: notas sobre a filosofia da história (1982-2021)
Comentários: Profa. Dra. Taísa Palhares (Unicamp)

MESA 3 (16h – 18h)
Arthur Pedroso de Almeida (UFPA): Ética sem política: análise crítica da leitura de Jay Bernstein sobre Adorno
Bryan Félix da Silva de Moraes (USP): Filosofia e dialética em Marxismo e Filosofia de Karl Korsch    
Lutti Mira Salineiro (USP): Dominação, classe e capitalismo de Estado: Ainda sobre a posição da política na Dialética do esclarecimento
Comentários: Profa. Dra. Mariana Fidelis (UFPE)

MESA 4 (19h – 21h30)
Daniel Valente Pedroso de Siqueira (UFABC): A manifestação de patologias sociais: Parâmetros críticos de análise na teoria crítica da sociedade de Jürgen Habermas    
Heitor Moreira Lurine Guimarães (UFPA): Coalizão anti-hegemônica e a crítica do capitalismo: diálogos entre Nancy Fraser e W.E.B. Du Bois
José Del Ben Neto (FESPSP): O debate teórico da crise da democracia: sobre as contradições políticas do capitalismo financeirizado
Comentários: Prof. Dr. Raphael Neves (Unifesp)


QUINTA FEIRA, 28 DE SETEMBRO

MESA 5 (10h – 11h30)
Pedro Luís Panigassi (UNESP): Da crítica da ideologia para a "reconstrução normativa": a estrutura conceitual das "patologias sociais" em Axel Honneth
Ranieri Garcia (UFRGS): Sentidos da reconstrução em Facticidade e Validade
Comentários: Dr. Ricardo Juozepavicius Gonçalves (Cebrap)

MESA 6 (13h – 15h30)
Adriana Matos (USP): Os potenciais do conceito de sociedade civil para a teoria crítica contemporânea
Gregorio Menzel (UFPR): A ação comunicativa como pedra de toque da desobediência civil em Habermas
Lorenzo Bicca Estivallet (UFRGS): Novos sentidos de Iris Young: da crítica à injustiça estrutural à gramática espacial das lutas sociais
Talita Cristina de Oliveira (USP): As ambivalências de um projeto de democratização radical a partir da teoria habermasiana da esfera pública
Comentários: Dr. Jonas Medeiros (Cebrap)

MESA 7 (16h – 18h30)
Fernanda Barboza da Silva (UFPR): A possibilidade de superação do capitalismo em O Direito da Liberdade, de Axel Honneth
Gustavo Negreiros Oliveira Teixeira (UFSC): Dois comentários sobre a Injustiça Afetiva
Matheus Michels Kieling e Carla Fernanda Zanata Soares (UFSC): Paradigma do Reconhecimento: entre Axel Honneth e Emmanuel Renault
Nilton Augusto Duarte das Chagas (PUC-Rio): Um outro Hegel: os sentidos de Trabalho e interação para a teoria crítica e seus sujeitos
Comentários: Prof. Dr. Luiz Repa (USP)

MESA 8 (19h – 21h30)
Carlos Eduardo Bellini Borenstein (PUC-RS): O partido catch-all e a crise da democracia no Brasil
Henrique Pereira de Queiroz (UFMG): A implosão do autoritarismo e a construção do socialismo democrático: o caminho da crítica interna de Kirchheimer a Schmitt durante a República de Weimar
Herik Rafael de Oliveira (USP): O político como amigo-inimigo: Adorno e Horkheimer leitores de Carl Schmitt.
Marina Slhessarenko Barreto (USP): Estado de direito sem democracia: um estudo à luz da obra de Franz Neumann
Comentários: Dra. Bianca Tavolari (Cebrap/Mecila)

 

SEXTA FEIRA, 29 DE SETEMBRO

MESA 9 (13h – 15h30)
Alba Fernanda Pinto de Medeiros (UFPA): Quando a crítica silencia: um diálogo entre Amy Allen e Gayatri Spivak
Graziella Alcântara Mazzei (UFRGS): O sujeito político feminista entre narrativa, poder e autonomia
Milena Martin Bravo (UFRGS): Como pensar a resistência dentro do quadro da inscrição do poder disciplinar foucaultiano no sujeito?
Vitor Mateus Duarte (UFABC): A fundação de uma psicopatologia preta – Fanon como analista das patologias do social
Comentários: Profa. Dra. Elaini Cristina Gonzaga da Silva (PUC-SP)

MESA 10 (16h – 18h)
Dario de Negreiros (USP): À sombra da Formação: escravidão e formação do autoritarismo social brasileiro
Dora Girardello Hoff (UFSC): A sociologia ensaística de Roberto Schwarz
Eduardo de Moraes Carvalho (USP): A balada do tempo morto: um novo tempo do mundo e da tradição crítica brasileira
Comentários: Profa. Dra. Lidiane Soares Rodrigues (UFABC)
 

 


V Encontro de Teoria Crítica e Filosofia Política da USP
“100 anos depois: os sentidos de teoria crítica”

Edital

A Comissão Organizadora torna público o edital de abertura de inscrições e estabelece normas relativas à participação de pesquisadores(as) no V Encontro de Teoria Crítica e Filosofia Política da USP. O evento ocorrerá presencialmente nos dias 26, 27, 28 e 29 de setembro de 2023, no Conjunto Didático de Filosofia e Ciências Sociais da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP. Em cada mesa do Encontro haverá a apresentação de trabalhos de pesquisadores(as) em nível de graduação, mestrado e doutorado e comentários de um(a) pesquisador(a) com experiência na área, possibilitando debates e estímulos às pesquisas em andamento.

O ano de 2023 marca os 100 anos de história do Instituto de Pesquisa Social de Frankfurt, e por isso o V Encontro terá como linha condutora esse aniversário e os sentidos que “teoria crítica” tem tomado desde então. 

Fundado em 1923 e inaugurado em 1924, o Instituto de Pesquisa Social contou em seus anos iniciais com a direção de Carl Grünberg, que trouxe consigo o “Arquivo de História do Socialismo e do Movimento Operário”, publicação criada por ele em 1911. Marcante neste contexto é a “Semana de Trabalho Marxista”, o primeiro seminário do Instituto de Pesquisa Social, realizado no final de maio de 1923. Nele, seus participantes, entre os quais Georg Lukács, Karl Korsch, Friedrich Pollock e Felix Weil, discutiram “questões de método”, “formas de lidar com o problema da crise atual” e “questões de organização da pesquisa marxista”. O manuscrito de Marxismo e filosofia de Korsch, que também comemora 100 anos, serviria de base para as discussões sobre método, tópico coordenado por Korsch e Lukács, que havia publicado em março daquele ano História e consciência de classe. Assim, comemora-se igualmente os 100 anos desses dois estudos filosóficos sobre o marxismo num contexto revolucionário que causaram as mais diversas reações e debates, tornando-se duas referências fundadoras do marxismo ocidental do século XX. Ambos os estudos produziram um forte impacto nos desenvolvimentos iniciais da teoria crítica.

Com a direção de Max Horkheimer a partir de 1931, começa a ganhar contornos aquilo que passaria a ser conhecido como “teoria crítica” e que se espalha por diversas tentativas de interpretação e atualização que perduram até hoje. De 1930 em diante, o Instituto contou com as contribuições teóricas de Herbert Marcuse, Walter Benjamin, Erich Fromm, Franz Neumann, Theodor W. Adorno, Otto Kirchheimer, Henryk Grossmann, Arcadius Gurland, Friedrich Pollock, Leo Löwenthal, Ludwig von Friedeburg, Regina Becker-Schmidt, Helge Pross, Oskar Negt, Alfred Schmidt, Jürgen Habermas, Axel Honneth, Rahel Jaeggi, e muitos(as) outros(as), e dialogou com intelectuais e artistas como Siegfried Kracauer, Alfred Sohn-Rethel, Günther Anders, Hanns Eisler, Bertolt Brecht, Alexander Kluge, Samuel Beckett. Atualmente, sob direção de Stephan Lessenich, o Instituto de Pesquisa Social organiza uma série de eventos comemorativos, como a “Segunda Semana de Trabalho Marxista”, que se propõe a atualizar o tema de 1923 sobre abordagens à crise.

Os sentidos de “teoria crítica” foram disputados ao longo desses anos e teóricos(as) que se vinculam a essa tradição têm explorado possibilidades e diálogos além das demarcações iniciais. Tivemos variações interpretativas e críticas vindas de nomes como Jürgen Habermas, Axel Honneth, Nancy Fraser, Seyla Benhabib, Iris Young, Jean Cohen, Amy Allen e Rainer Forst, entre muitos(as) outros(as); e temos muitos diálogos com outras linhas teóricas como as teorias de Michel Foucault, o pensamento feminista e antirracista, as teorias descoloniais, entre outras. 

Ao longo desses anos, pensadores brasileiros também dialogaram com a tradição da teoria crítica, sendo especialmente notável a contribuição dos frequentadores do “Seminário Marx”. Fundado nos anos 1950 por José Arthur Giannotti, Fernando Henrique Cardoso e Fernando Novais, o grupo tinha caráter fortemente interdisciplinar e teve entre seus membros intelectuais como Roberto Schwarz, Paul Singer, Bento Prado Jr., Ruth Cardoso, Michael Löwy, Octavio Ianni, Francisco Weffort e outros. Pode-se encontrar, então, tanto uma recepção no Brasil aos trabalhos das várias gerações da teoria crítica quanto mobilizações teóricas próprias dos autores brasileiros, que buscaram interagir, reinterpretar e criar versões de teoria crítica enraizadas na realidade brasileira, como Antonio Candido, Gilda de Mello e Souza, Ruy Fausto, Otília Arantes, Paulo Arantes, e outros(as). 

Assim, 100 anos depois, a quinta edição do Encontro de Teoria Crítica e Filosofia Política da USP convida a todos(as) a discutir os legados do Instituto de Pesquisa Social, de História e consciência de classe e de Marxismo e filosofia, bem como os sentidos de “teoria crítica” desenvolvidos desde então. A chamada de trabalhos não se restringe, portanto, a essas efemérides e são bem-vindas propostas de trabalho alinhadas às amplas abordagens da teoria crítica e seus vínculos com a filosofia política, sempre buscando suas possíveis atualizações. Encorajamos a submissão de trabalhos no âmbito da teoria crítica que se dediquem a temas como feminismo, teorias descoloniais, antirracismo, pensamento brasileiro, interseccionalidade, e assim por diante. Abaixo elencamos os eixos temáticos que deverão ser indicados na submissão de trabalhos:

1.    Diagnósticos sobre capitalismo e crises;
2.    Aura, indústria cultural e experiências estéticas;
3.    Fascismo, neoconservadorismo e populismo;
4.    Materialismo interdisciplinar, conceitos de crítica, método e dialética;
5.    Sociedade civil, esfera pública, direito e democracia;
6.    Razão instrumental, técnica e reificação;
7.    Movimentos sociais, desobediência civil e lutas por reconhecimento;
8.    Feminismo, antirracismo e interseccionalidade;
9.    Teoria crítica e psicanálise;
10.    Recepções da teoria crítica no Brasil e o pensamento crítico brasileiro.

Objetivo
O Encontro de Teoria Crítica e Filosofia Política da USP é um evento pensado para estimular o debate entre pesquisadores(as) de diferentes níveis (iniciação científica, mestrado e doutorado) que compartilham áreas de estudo no âmbito da teoria crítica, especialmente em seus vínculos com a filosofia política. 

Público-alvo
Alunos(as) de graduação e pós-graduação que realizam pesquisa em temas relacionados ao Encontro. 

Inscrições
As inscrições devem ser realizadas até o dia 07 de agosto de 2023
Para se inscrever, é necessário enviar, para o e-mail teoriacriticausp@gmail.com, um resumo de no máximo 300 palavras, em formato PDF, fonte Times New Roman, tamanho 12, espaçamento simples, constando nome completo, se é graduando(a), mestrando(a) ou doutorando(a), departamento ou programa do qual faz parte, orientador(a), título da comunicação e indicação do número do eixo temático de interesse.

Trabalhos completos
Os trabalhos selecionados serão divulgados no dia 14 de agosto. Os(as) pesquisadores(as) selecionados(as) devem encaminhar, para o e-mail indicado acima, o texto completo da apresentação até o dia 15 de setembro. O texto deve ser enviado em formato PDF, fonte Times New Roman, tamanho 12, espaçamento 1,5. O tempo para a comunicação de cada participante será de cerca de 20 minutos. O texto enviado deve ter entre 10 e 15 páginas. 

Calendário (submissão de trabalhos prorrogada)

Período de inscrição:  até 31 de julho de 2023 07 de agosto de 2023
Divulgação dos trabalhos aceitos:  10 de agosto de 2023 até 14 de agosto
Prazo para envio dos textos completos: 15 de setembro de 2023
Realização do evento: 27, 28 e 29 de setembro de 2023

Cabe à Comissão Organizadora o julgamento de casos omissos neste Edital.

São Paulo, 12 de junho de 2023.

 

Comissão Organizadora

Prof. Dr. Luiz Sérgio Repa - Departamento de Filosofia da USP
Prof. Dr. Rúrion Soares Melo - Departamento de Ciência Política da USP
Adriana Pereira Matos - doutoranda em Filosofia (PPGFil/USP)
Bruna Nicodemos - doutoranda em Ciência Política (PPGCP/USP)
Felipe Chieregato Gretschischkin - doutorando em Ciência Política (PPGCP/USP)
Gisele Zanola Carvalho - mestranda em Filosofia (PPGFil/USP)
Gustavo Frota Lima e Silva - doutorando em Ciência Política (PPGCP/USP)
Jéssica Omena Valmorbida - doutoranda em Filosofia (PPGFil/USP)
Marina Slhessarenko Barreto - mestranda em Ciência Política (PPGCP/USP)
Renata Guerra - doutoranda em Filosofia (PPGFil/USP)
Simone Bernardete Fernandes - doutoranda em Filosofia (PPGFil/USP)
Talita Cristina de Oliveira - doutoranda em Ciência Política (PPGCP/USP)
Vinícius Cavalcanti - graduando em Filosofia (DF/USP)
 

Coordenação
Luiz Sérgio Repa (DF/FFLCH-USP) e Rúrion Melo (DCP/FFLCH-USP)
Apoio
PPG-Fil, FFLCH-USP, CAPES-PROEX
Endereço
Av. Prof. Lineu Prestes, nº 159. Auditório da Casa de Cultura Japonesa. Cidade Universitária, São Paulo-SP.