Programação
Há ocasiões em que imagens emergem das mais cruéis condições, se equilibrando entre a existência, plasmada na materialidade de uma volumetria visivelmente discer-nível, e o esvaziamento, que nos confronta a finitude. Essa cisão evocada de antemão é experiência paradoxal. O “Manto da Apresentação”, obra máxima de Arthur Bispo do Rosario, nos constrange por insinuar-se como obra de perda. Suas tramas conexas clamam por um talhe humano, antropométrico — são evidência corpórea, portanto —, enquanto que latências antropomórficas clamam vazão. Sob a dialética do olhar, é tácita, a questão da origem e da finitude no acervo do sergipano.