Leitura e seminários de autoras e atores contemporâneos que escrevem sobre os feminismos.
Introdução aos feminismos: trata-se de refletir sobre a questão da Identidade do sujeito, um dos pilares do pensamento filosófico ocidental, a partir da crítica feita pelas filosofias feministas sobretudo ao longo do século XX.
Quais são os processos de construção da subjetividade na contemporaneidade? O que é o sujeito e qual a relação entre subjetividade e sujeição? É possível falar de “identidade do sujeito”? Quando Simone de Beauvoir escreve a famosa frase “não se nasce mulher, torna-se mulher”, inaugurando sua reflexão sobre o feminismo em O segundo sexo, traz à tona um questionamento sobre a naturalidade biológica do sexo e sobre a identidade do sujeito tal como era pensada pela metafísica clássica ocidental.
Autoras como Ângela Davis, bell hooks, Patrícia Hill Collins e as brasileiras Lélia Gonzalez, Sueli Carneiro e Denise Ferreira da Silva, questionam a ideia de um sujeito universal e denunciam que a afirmação de uma identidade (tal como se fez ao longo da História da Filosofia até o século XX) que pode levar ao apagamento das diferenças como constitutivas dos sujeitos concretos. Dessa maneira, esses feminismos mostram que a afirmação da identidade do sujeito implica a exclusão de outros sujeitos possíveis, que passam a ser desumanizados e considerados como o “Outro”. Por outro lado, o apagamento de qualquer ideia de identidade do sujeito, como sugerem alguns filósofos, por exemplo Deleuze e Foucault, poderia levar ao apagamento de diferenças concretas que distinguem os sujeitos políticos. Como pensar a diferença sem que esta implique a exclusão daqueles que estão fora da “norma”?
Os seminários visam pensar essa desconstrução e construção da subjetividade contemporânea a partir das reflexões sobre a identidade da “mulher”, sobre a construção social e política do gênero, sobre os dispositivos de controle e subjetivação da sociedade contemporânea.
2019 -