A pesquisa no seu estágio atual se voltou à análise do conceito de ironia. Para tal, estudamos como a entrada da ironia no mundo se deu na pessoa de Sócrates e que seu objetivo era, sobretudo, comunicar a nostalgia, isto é, a vontade de, uma vez situado no vazio deixado pelo diálogo socrático, buscar um sentido que devolva à vida a sua substância. Assim, ele mostra que Sócrates quis, primordialmente, esvaziar o conceito de amor e de morte, fazendo com que um novo sentido de amor e de morte sejam buscados, que se apresentam como amor direcionado a Deus, mas também ao outro, com quem conversamos. E a morte, por sua vez, ressurge como transposição da ideia à realidade e, em seu sentido mais eminente, como morte para uma nova vida, no sentido cristão. Esses novos sentidos de amor e morte só são possíveis porque a partir da ironia socrática Kierkegaard desenvolve um conceito próprio de ironia, denominada de ironia dominada. Assim, para devolver substância a esses conceitos, Kierkegaard deve formular um conceito de dialética que tem por base a ironia, que faz com que o objetivo buscado nunca seja alcançado, aproximando-se da dialética de Schleiermacher e Schlegel.
FELIPE SA CAVALCANTE ALVES
Curso
Doutorado
Título da pesquisa
Linguagem e Hermenêutica em Kierkegaard
Resumo da pesquisa
Orientador
Márcio Suzuki
Fomento
Fapesp