Investiga-se a relação entre a obra de Jun'ichiro Tanizaki e o que chamamos de "programa estético japonês". Crê-se que as bases dessa relação se põem em três camadas: 1) uma camada sócio-histórica, caracterizada pela tese de que a modernização do Japão insere o país em um tempo do mundo e em um sistema-mundo cujas condições materiais partilhadas com o Ocidente implicam também na partilha de problemas espirituais, levando a um intercâmbio conceitual constitutivo; 2) uma camada filosófica, caracterizado pela tese de que as diversas teorias estéticas surgidas entre o período Taisho (1912-1926) e meados do período Showa (1926 -1989) possuem uma ambição em comum: definir uma subjetividade japonesa; 3) e uma camada literário-filosófica, caracterizada pelo modo como as duas primeiras camadas se apresentam na gênese e no desenvolvimento do pensamento literário de Tanizaki, a partir das reflexões estético-antropológicas sobre o caráter sombrio dos japoneses, cujas bases, propomos, são duas categorias estéticas: o sabi e o sublime.
RODNEY FERREIRA
Curso
Doutorado
Título da pesquisa
No território do sublime: Tanizaki e o programa estético japonês
Resumo da pesquisa
Orientador
Márcio Suzuki
Fomento
Fapesp