MATHEUS ALVES DE MEDEIROS

A partir dos anos 70, diferentes autores identificaram uma mudança de época profunda na sociedade moderna, iniciando discussões ao redor de termos como pós-modernidade e neoliberalismo. Nossa pesquisa pretende traçar a gênese material dessa experiência a partir de seu aspecto temporal, especificamente, pela noção de "presentismo". Descrevendo o modo pelo qual, a certa altura, o desenvolvimento capitalista altera a estrutura do tempo vivido, buscaremos recompor a passagem do tempo do progresso para o tempo do fim, descrevendo suas principais implicações políticas. Essa abordagem terá como baliza o fenômeno da extensão do presente em relação ao futuro enquanto traço fundamental de certa experiência histórica contemporânea, tal como cunhado por François Hartog em seu conceito de "presentismo". Com isso em vista, iremos analisar no que consiste essa nova lógica temporal do capitalismo e indagar, por um lado, como ela parece ser capaz de descrever uma experiência política hegemônica no período em questão e, por outro, como pode ser afetada pela ascensão recente dos chamados “extremismos”, cuja temporalidade histórica parece encontrar na imagem das crises um horizonte político renovado.