ARIANE BARROCAL VELASCO

A pesquisa aqui apresentada visa relacionar as concepções adornianas acerca da arte e psicanálise ao conceito de negatividade, apresentando-as enquanto ideias que apontam um horizonte emancipatório para o indivíduo, visto que colocam em jogo qualquer concepção de experiência individual que se apoie em uma convergência com a pretensa totalidade social do mundo administrado. Parte-se da possibilidade de compreender tanto a arte quanto a psicanálise como expressões da negatividade em um cenário no qual, sob o imperativo da racionalidade calculadora no mundo administrado, o indivíduo encontra-se cada vez mais subjugado a uma totalidade aparentemente coesa, o que contribui para a reificação da linguagem discursiva e para a diminuição de seu potencial expressivo. Trata-se de compreender tanto a arte quanto a psicanálise como algo que aponta para um horizonte emancipatório – diferentemente das práticas cotidianas e de sua linguagem, que corroboram a subsunção do indivíduo, consciente e inconscientemente, à totalidade que se apresenta sob o imperativo da troca.