NDEILENGAR JEAN TOG HADOUMADJI

Por democracia, Rousseau entende antes de tudo, pelo menos no âmbito do Contrato Social, apenas uma das formas possíveis que o Governo, o poder executivo, pode assumir. Quando o povo, depositário da soberania, confia o poder executivo, a força para fazer cumprir as leis, a mais de metade do povo ou a todo o povo, estamos na presença de um governo democrático. Rousseau não exclui, por outras palavras, a hipótese de um povo entre o qual as diferenças entre quem governa e quem é governado desapareceriam paradoxalmente; um povo composto ao mesmo tempo por cidadãos e magistrados; um povo onde todos seriam autores das leis e responsáveis ​​por executá-las. Mas Rousseau não deixa de expressar as suas reservas a respeito de tal estado de coisas: “não é bom que quem faz as leis as execute” (OC III, 404). Segundo Rousseau, a vontade geral é a expressão da soberania do povo, e representa o interesse coletivo da sociedade como um todo, em oposição aos interesses particulares de cada indivíduo. Para Rousseau, a vontade da maioria é um perigo que pode levar à opressão dos direitos das minorias e à supressão das vozes divergentes na sociedade.