ABEL DOS SANTOS BESERRA

Curso
Mestrado
Título da pesquisa
O conceito de hábito a partir d'As paixões da alma de Descartes
Resumo da pesquisa

O dualismo cartesiano é alvo de crítica desde sua formulação e, conforme Merleau-Ponty, pode parecer contraditório sem a ideia de infinito positivo presente no grande racionalismo do século XVII. Dessa maneira, o dualismo cartesiano surge como: ou uma flagrante antinomia; ou dependente do conceito de infinito positivo. Cumpre então questionar se Descartes já não teria estabelecido argumentos capazes de aclarar o que muitos críticos consideram impasses de seu sistema. Nesse sentido, o Tratado das paixões emerge como central, pois apresenta como o corpo, algo determinado, se une à alma, que é livre, sem que isso os anule em suas especificidades. Descartes então detalha os termos de seu dualismo ao desenvolver a ideia de união da alma e do corpo. Nessas circunstâncias, nos parece fundamental o aprofundamento desta união por meio da adequada consideração do conceito de hábito; apesar de pouco estudado, o hábito é aquilo que permite à alma reorganizar as próprias paixões, dirigir o corpo e agir virtuosamente. Assim, esta dissertação considera as indicações de Merleau-Ponty sobre o dualismo cartesiano e vale-se do conceito de hábito no Tratado das paixões para investigar se Descartes aponta possíveis soluções ou inovações para as questões engendradas pelo dualismo de sua filosofia.

Orientador
Homero Silveira Santiago
Fomento
Fapesp
Data da defesa
08/11/2023