BRENO ISAAC BENEDYKT

A presente pesquisa visa lançar novo olhar ao conceito de comunidade, pensando-o como conceito incondicional, ainda que, paradoxalmente, visível em determinadas expressões estéticas. Nos atemos à possibilidade de pensá-lo como potência incorporal, hipoteticamente primeira em relação às suas formas de funcionamento psicossociais, ainda que seus efeitos lhe sejam inseparáveis. Para tanto, a presente pesquisa regata a polêmica que se inaugura nos anos 80 entre Jean-Luc Nancy e Maurice Blanchot, a qual teve como pano de fundo o problema da desativação da violência soberana como meio de formação comunitário. O resgate desta polêmica se tornou necessário, diante do fato inédito que se apresenta no cinema contemporâneo, notadamente por meio de filmes de Béla Tarr e Pedro Costa. A pesquisa privilegia assim uma reapropriação do conceito estoico de incorporal, atualizado pela filosofia francesa contemporânea e seus interpretes, tendo em vista um conceito capaz ao mesmo tempo de dar produzir sentido de comunidade no pensamento. Tarefa que levamos a cabo e fazendo dialogar, ao mesmo tempo, cinema e filosofia, e desta última, não apenas Nancy e Blanchot, mas também Deleuze e Derrida.