MATEUS MATOS TORMIN

Como proceder na vida prática, de uma perspectiva individual, diante de questões que nos são caras e sobre as quais há amplo desacordo ético, moral e político? A fim de esboçar uma resposta a essa pergunta, proponho dividir a Tese em três grandes partes. Na primeira delas, pretendo delimitar o que estou chamando de “desacordo político moral” e fornecer dois tipos de explicação para sua persistência: uma filosófico-conceitual (que explica a persistência desses desacordos por meio do modo como conceitos funcionam em nossas práticas argumentativas) e uma que recorre à psicologia moral-cognitiva (que explica a persistência desses desacordos por meio de vieses aos quais estamos sujeitos). A resposta que será desenvolvida na segunda parte da Tese é esta: diante de questões que nos são caras e sobre as quais há amplo desacordo político moral (um desacordo que tende a ser persistente), devemos proceder com modéstia e responsabilidade intelectuais, à maneira de um Sócrates cético. Por fim, na terceira parte da Tese, pretendo reivindicar o rótulo de “cética" para essa resposta, inserindo a na rica tradição filosófica do ceticismo.