RODRIGO DE OLIVEIRA FIGUEIREDO

Na primeira conferência dada na PUC-RIO em 1973, Michel Foucault afirma ter como um de seus objetivos mostrar que as condições políticas e econômicas não constituem um obstáculo para o sujeito de conhecimento, mas aquilo através do que ele é formado, e, portanto, a condição para a produção da verdade. Nesta pesquisa, investigo o delineamento foucaultiano de uma “história da verdade”, destacando, em primeiro lugar, tratar-se de um tipo de análise histórica que se distancia da busca pela origem ao partir da concepção do conhecimento como invenção, tomada dos textos de Nietzsche. Em um segundo momento, por meio de passagens de diversos textos, aulas e entrevistas dados por Foucault nos anos 70, destaco a sua ênfase na implicação mútua entre poder e saber para pensar a produção de sujeitos e objetos. Em um terceiro momento, trata-se de frisar o distanciamento de Foucault de um tipo de pensamento denominado por ele de “marxismo acadêmico”, uma tendência que conceberia o poder enquanto fator que obscurece as relações do sujeito com a verdade. A partir destes pontos, a ideia é mostrar a importância e a especificidade da questão da verdade na filosofia de Foucault.