RODRIGO JUVENTINO BASTOS DE MORAES

Pretendo apresentar uma hermenêutica para os escritos de juventude de Nietzsche. Para isso, é mister relacionar os escritos do filósofo às ideias de Wagner que dão corpo ao projeto estético do compositor para Alemanha então recém-unificada após viabilizado seu plano de criação de um Teatro Festival em Bayreuth. Pretendo ainda apresentar Bayreuth como episódio que representa o acabamento na história do romantismo alemão no século XIX. Essa história em geral é contada em torno de alguns círculos românticos: costuma-se tratar do “romantismo de Iena”, fala-se ainda em “romantismo de Berlim”, mas nunca em “romantismo de Bayreuth”. A própria expressão “Bayreuther Romantik” nunca chegou a ser consagrada nesse contexto, falta essa que, para a história do romantismo alemão, pode parecer surpreendente, sobretudo se consideramos as dimensões que a causa romântica de Wagner alcançou dentro e fora da Alemanha. Buscando preencher essa lacuna, cunhei, desde o título do trabalho, a expressão “romantismo de Bayreuth” para dar relevo ao festival wagneriano como parte fundamental da história do romantismo alemão que será abordado pelo prisma da amizade entre Nietzsche e Wagner.