O presente projeto procura investigar como Descartes e a psicanálise, em sua vertente freudiana e lacaniana, pensaram a experiência de um ser humano finito. Nesse sentido, nosso objetivo é discutir se e até que ponto é necessária uma noção de negativo para que ambos pensem a experiência humana. Com efeito, as propostas da psicanálise e de Descartes, embora separadas por mais ou menos dois séculos, apresentam elementos comuns que talvez ajudem a elucidar suas próprias posições. A tese que defendemos é a de que um trabalho do negativo parece indispensável para a adequada compreensão da experiência humana: em primeiro lugar, por parte de Descartes ao propor o conceito de paixões da alma; e, em segundo lugar, por parte da psicanálise ao formular a ideia de pulsão. Por fim, cabe indicar que tomamos principalmente o Tratado das paixões de Descartes e os textos sobre metapsicologia, teóricos, da psicanálise freudiana e lacaniana como ponto de partida. Assim, pretendemos analisar se nossa hipótese procede e, em caso positivo, quais as consequências disso, isto é, até que ponto a experiência humana poderia ser entendida como atravessada por um trabalho do negativo.
ABEL DOS SANTOS BESERRA
Curso
Doutorado
Título da pesquisa
MIRAGENS DO NEGATIVO
Resumo da pesquisa
Orientador
Homero Silveira Santiago