Este trabalho tem por finalidade a investigação da alteridade radical implícita na concepção de “Deus”, segundo a perspectiva do filósofo francês Blaise Pascal (1623-1662), o qual enfatiza a substancial necessidade humana de buscar fora de si mesmo aquilo que lhe falta. O filósofo parte do pressuposto de que, devido ao horror que o homem possui da sua própria realidade, ou seja, da sua natureza cindida pelo pecado, o movimento feito em direção ao que lhe é externo se justifica pela carência inerente que o impulsiona a tentar compreender – no outro – o que é o eu. Por esta razão, será analisada não a essência de Deus, mas, como bem frisa Pascal, a necessidade indissociável que eu possui de estabelecer relações interpessoais de duas maneiras, tal como aponta o psicanalista francês Jacques Lacan (1901-1981) ao diferenciar o pequeno e o grande Outro, estabelecendo assim, a conexão indispensável para a compleição moral e existencial do sujeito. Analisar-se-á, portanto, a adequação do referencial moral pascaliano, a saber, Deus, aos ideais e requisitos propostos pelo grande Outro lacaniano.
IGOR CÉSAR NOBRE MESSIAS
Curso
Mestrado
Título da pesquisa
A ALTERIDADE RADICAL DO DEUS PASCALIANO
Resumo da pesquisa
Orientador
Luís César Guimarães Oliva