O trabalho se desdobra a partir da análise de obras exemplares censuradas em 2017 no Brasil, discutindo como as normas de gênero e sexualidade afetam a nossa estrutura social a partir de conceitos da extensa obra de Judith Butler, Paul B. Preciado e Michel Foucault, em um diálogo com a psicanálise freudiana e lacaniana, e explorando como as normas de gênero/sexo estão intrincadas na produção da autocensura, principalmente quando se fala em censura de obras de arte num recorte queer. O percurso filosófico deste trabalho parte da hipótese da censura enquanto mecanismo de recalcamento, bem como a performatividade de gênero masculino e feminino normativos como uma repetição traumática da imposição de uma estética heterocisnormativa incrustada na percepção da imagem de si e do eu ideal. A partir destas discussões desenvolve-se o conceito de “transtopia” enquanto uma derivação do conceito de “heterotopias” de Foucault, como um contra espaço, um lugar de resistência e reimaginação coletiva e de si.
CLAR NOBRE DE CAMARGO
Curso
Mestrado
Título da pesquisa
Arte Queer Censurada: Transtopias Contra a Heterocisnormatividade Estética
Resumo da pesquisa
Orientador
Ricardo Nascimento Fabbrini