GABRIEL FRIZZARIN RAMALHÃES DE SOUZA

Curso
Mestrado
Título da pesquisa
Sonhar de olhos abertos: um estudo sobre os conceitos de erro e de privação na filosofia de Espinosa
Resumo da pesquisa

Os conceitos de erro e de privação na filosofia de Espinosa situam-se atravessados por uma tensão: se, por um lado, Descartes define o erro como uma privação decorrente do mau uso da liberdade da vontade na formulação do juízo, Espinosa retira de cena as principais condições para sustentar essa tese e, apesar disso, segue a definir o erro como uma privação de conhecimento. Constatação tanto mais aguda quanto se nota que Espinosa revela-se aos seus interlocutores um crítico contumaz da noção tradicional de privação. Por que, então, a Ética trata de empregar o termo privação para definir a forma do erro? O que a autoriza a falar em privação, atuante numa dimensão em que não se faz mais necessário garantir a liberdade da vontade como seu principal requisito? Qual é o propósito de Espinosa ao evocar esse termo para descrever algo aparentemente marcado por profundas diferenças conceituais? À luz dessas interrogações, este trabalho desenvolve um estudo sobre os conceitos de erro e de privação na filosofia de Espinosa, buscando compreender qual é o fundamento e o sentido desses conceitos e medindo as suas implicações mais gerais ao lado de temas como a imaginação, a linguagem e a superstição. Nesse quadro, acreditamos que o recurso à expressão “sonhar de olhos abertos” torna-se pertinente para a compreensão dos conceitos de erro e de privação no espinosismo, sobretudo para designar a condição na qual, mesmo na falsidade, os indivíduos opinam estar na verdade.

Palavras chave: Espinosa; Descartes; erro; privação de conhecimento; sonho

Orientador
Luís César Guimarães Oliva
Fomento
Fapesp
Data da defesa
09/03/2023