Esta pesquisa objetivou explicitar as bases iluministas da antropologia estética elaborada por Kant em suas Observações sobre o sentimento do belo e do sublime e traçar as consequências desses pressupostos para a compreensão da estrutura da obra e do lugar ocupado por ela no desenvolvimento do pensamento kantiano. As hipóteses defendidas para tanto foram, primeiro, a de que a razão iluminista era, entre outras coisas, gradativa, em um sentido metodológico e corroborativo; segundo, a de que a crítica de gosto e a filosofia da história, possibilitadas por essa concepção de razão, amparavam a antropologia estética de Kant; terceiro, a de que o sublime era um eixo que conectava aparência, natureza e consciência nas Observações. Metodologicamente, selecionou-se um corpus textual para caracterizar o movimento histórico-filosófico do séc. XVIII, analisando-o e reconstituindo-o estrutural e genealogicamente. Os conceitos e temas que dão unidade ao corpus foram, ao mesmo tempo, observados segundo definições, funções e limites internamente estabelecidos por cada uma das obras que o compõem, tensionando especificidades e continuidades.
Palavras-chave: Iluminismo; Estética; Antropologia; Epistemologia.