DANIEL BALLESTER MARQUES

Curso
Doutorado
Título da pesquisa
Uma psicologia sem alma: o ego na fenomenologia husserliana
Resumo da pesquisa

Na primeira edição das Investigações lógicas, Husserl recusa a noção de um ego puro que unifique as experiências da consciência. Uma década mais tarde, o autor reedita a obra à luz de seu pensamento posterior, acrescentando uma nota na qual afirma que aprendeu, desde então, a encontrar o ego puro que havia recusado. Essa aparente guinada na compreensão do ego é interpretada por parte dos comentadores como uma cisão no pensamento de Husserl. Há aqueles, contudo, que entendem essa mudança precisamente como a conclusão do projeto das Investigações. Esta pesquisa tem por objetivo esclarecer a evolução da noção de ego na obra de Husserl entre os anos de 1900 e 1913. Mostrarei que, apesar da recusa inicial da necessidade de um polo unificador das vivências, sua posterior aceitação é condizente com a trajetória iniciada pelas Investigações lógicas. Com o desenvolvimento e radicalização do método fenomenológico, pressupostos aceitos de início passam a ser questionados, e novos territórios abrem-se à fenomenologia. Nesse processo, surgem também novas exigências que possibilitem tanto o acesso à nova camada imanente que se abre quanto uma compreensão da constituição das transcendências que, de modo qualificado, são agora acessíveis à investigação fenomenológica.

Orientador
Marcus Sacrini Ayres Ferraz
Fomento
CAPES
Data da defesa
14/10/2024