DANIELA CUNHA BLANCO

Essa tese procura pensar a construção de um método específico de pensamento em Jacques Rancière que denominamos de cena arqueológica. Partindo do distanciamento em relação ao pensamento de Louis Althusser, passando por uma aproximação crítica em relação ao pensamento de Michel Foucault, Roland Barthes e Jacques Derrida, nossa hipótese é a de que a cena arqueológica em Rancière recusaria o gesto de remeter todo acontecimento a uma linha causal e a uma totalidade, apontando para a necessidade de se pensar a filosofia e a história a partir da contingencialidade. Rancière opõe à ideia de totalidade da ciência althusseriana e à divisão entre duas humanidades um outro campo de pensamento que se afasta de certas categorias metafísicas. A aproximação em relação a Foucault, Barthes e Derrida se dá como um gesto que mimetiza a recusa ao pensamento metafísico já operada por esses autores. A partir da construção de algumas cenas em torno dos regimes das artes rancierianos, buscamos perceber como as noções de sujeito e de representação são desconstruídas pelo autor, apontando para um diálogo com o tema da morte do autor e do sujeito e com o esgotamento ou dissolução da representação.