A presente dissertação investiga o caráter histórico das categorias econômicas de “valor”, “trabalho abstrato” e “capital” desenvolvidas por Karl Marx em O Capital e outros textos de maturidade, buscando entender como essas categorias não apenas descrevem a dimensão material do processo produtivo, comum a todos os períodos históricos, mas também revelam as formas sociais específicas que organizam a produção e as relações socioeconômicas no capitalismo. Este trabalho explora em que medida a teoria econômica marxiana pode ser vista como uma teoria da história, capaz de elucidar as tendências de desenvolvimento histórico do modo de produção capitalista. Ao consolidarem-se historicamente, as formas sociais capitalistas, fundamentadas na oposição entre trabalho assalariado e capital, introduzem uma nova forma de temporalidade, a “temporalidade lógico-histórica do capital”, que dita as direções gerais do movimento histórico capitalista. Esse movimento, porém, é marcado por uma contradição central: embora promova a reprodução cíclica das relações capitalistas, garantindo sua continuidade histórica, ele também impulsiona a transformação das forças produtivas e das relações sociais de maneira geral, a qual, por sua vez, impõe obstáculos à reprodução do capital, resultando em crises econômicas e catástrofes sociais. Dessa forma, o movimento histórico capitalista é ao mesmo tempo cíclico e tendencial, apontando tanto à permanência quanto à necessidade de superação do modo de produção capitalista.
GABRIEL BARMAK SZEMERE
Curso
Mestrado
Título da pesquisa
A temporalidade do capital: estudos preliminares sobre a concepção de história de Karl Marx em O Capital
Resumo da pesquisa
Orientador
Homero Silveira Santiago
Fomento
CAPES
Data da defesa
10/12/2024