Desde a Antiguidade animais não humanos são utilizados como objetos de pesquisa para finalidades científicas. Contudo, esse uso era disperso até o século XIX. Em meados do século XIX, a Fisiologia Experimental se desenvolveu como um amplo campo de pesquisas, ampliando o número de experimentos realizados com animais vivos. Esse método, chamado na época de vivissecção, foi contestado, principalmente pela questão ética envolvida no uso de animais. Esta pesquisa tem como tema a investigação o debate sobre a vivissecção ocorrido na Grã-Bretanha no final do século XIX, local em que houve maior controvérsia em torno da questão. O objetivo é tomar o evento como estudo de caso para considerações históricas e éticas sobre experimentos com animais. O debate é caracterizado como uma série de eventos durante o século XIX em que houve a disputa sobre a legitimidade do uso de animais vivos em experimentos científicos. A controvérsia dividiu a comunidade científica, e mesmo a sociedade vitoriana, em dois grupos: a favor e contra a vivissecção. Assim o propósito é situar historicamente os eventos que compõem o debate e analisar os argumentos apresentados de ambos os lados, além de identificar a presença de valores éticos dentro de uma controvérsia científica. Na segunda parte, é apresentada uma exploração ética acerca da vivissecção, com destaque para a teoria ética de Peter Singer. Dessa forma, a pesquisa também compara o debate do século XIX com o contexto atual, buscando identificar os rumos da discussão e da legislação sobre a experimentação animal. Concluo com a discussão sobre quais seres vivos são passíveis de consideração moral e se o uso de animais vivos para fins científicos é eticamente justificável.
GIOVANNA PEREZ ALTIERI
Curso
Mestrado
Título da pesquisa
O debate sobre vivissecção na Grã-Bretanha no século XIX: considerações éticas e históricas
Resumo da pesquisa
Orientador
Maurício de Carvalho Ramos
Fomento
CAPES
Data da defesa
29/11/2024