Um dos primeiros tópicos que chamam a atenção de qualquer estudioso da obra do Marquês de Sade é a história de sua recepção. Especificamente, o fato de que, tendo escrito no século XVIII, o pensamento de Sade só teve uma recepção significativa na França do século XX. Nesse sentido, este trabalho se propõe a entender alguns aspectos histórico-filosóficos desse processo de recepção do pensamento sadeano. Especialmente, compreender o interjogo entre as condições que possibilitaram essa recepção e o que ela aportou ao cenário do pensamento filosófico francês da época. Em segundo lugar, como, a partir desses aportes, forma-se um modo filosófico de pensar que é, em alguma medida, tributário do pensamento sadeano. A tese que se pretende defender está ligada principalmente a essa segunda questão: trata-se de afirmar que essa recepção do pensamento de Sade tanto não foi casual e esteve ligada às condições estruturantes do discurso filosófico da época que teve um peso central na formação de certo pensamento filosófico característico da França da segunda parte do século XX: o pós-estruturalismo. Reconhecendo, é claro, a impossibilidade de falar do pensamento pós-estrutural como um todo, será o caso de focar-se no que parece ser um de seus aspectos constitutivos – a tentativa deliberada de confundir escritura filosófica e literária – do modo como posto na obra de dois de seus autores centrais: Michel Foucault e Roland Barthes.
GUILHERME GRANÉ DINIZ
Curso
Doutorado
Título da pesquisa
Sade, nosso Contemporâneo: Leitura do Marquês de Sade na Formulação do Pós-Estruturalismo
Resumo da pesquisa
Orientador
Alex de Campos Moura
Fomento
CNPq
Data da defesa
03/07/2024