LETÍCIA OLANO MORGANTTI SALUSTIANO BOTELHO

Desde 1970, diversas autoras apropriaram-se de conceitos e práticas brechtianas para desenvolver um teatro feminista, crítico das construções sociais e ideológicas de gênero, afirmando, porém, que tal crítica não foi efetuada pelo dramaturgo em seu teatro. Esta pesquisa visa explicitar a existência, no teatro de Brecht, de uma dimensão crítica de estruturas patriarcais enquanto alicerce do capitalismo. O trabalho divide-se em: 1) revisão crítica das recepções feminista e marxista do teatro de Brecht; 2) realização de uma crítica imanente de seu teatro, por uma perspectiva feminista e materialista, mediante análise de textos e encenação, almejando explicitar como ele expressa tanto a opressão e a exploração patriarcal da mulher quanto realiza uma crítica a ela, nas dimensões de conteúdo e de forma, da própria linguagem e forma de representação teatral. Assim, pretende-se suprir uma lacuna crítica na recepção da obra brechtiana, contribuindo para os estudos sobre Estética e Política Contemporânea.