ROBERTA CASTRIOTO BROWNE

Com textos, com pensamentos que andem nas margens da própria filosofia, derridarianamente caminharemos ao longo dessa pesquisa. Um liberar-se é aqui pedido. Uma poética filosófica que transverse as fronteiras da filosofia e da literatura, na qual queremos acessar a ficção enquanto escritores em potencial que somos, dialogaremos com essa estranha instituição chamada literatura, sob o viés da linguagem, da literalidade e da escritura, em busca dos gestos criadores capazes de gerar múltiplos significados. Como Milan Kundera nos avisou, o fundador dos tempos modernos não é somente Descartes, mas também Cervantes – e, também, Dorotéia, Clarissa, Anna, Wilhelm, Joana, Septimus, Stephen, Sofia, e muitos outros. Literariamente, filósofos vamos nos tornando. A linguagem será aqui o ponto de contato entre filosofia e literatura. Pela linguagem, com a linguagem, por causa da linguagem um mundo descobrimos. Nas escritas de Clarice Lispector e Conceição Evaristo principais errâncias nossas, e em Derrida (e seus interlocutores) nossa âncora conceitual – num escrever que se apresente enquanto fluxo, filosofar a escrita aqui pretendemos.