KELI DE ASSUMPÇÃO

Este trabalho busca demonstrar como a carga interpretativa da percepção visual pode ser dividida a partir de pelo menos três níveis de teorização, tal como proposto por Pessoa Júnior (2015). Será mostrado como a noção de ver como (Hanson, 1977) pode ser explicada de forma coerente a partir dos níveis de interpretação e embasada por casos da psicologia experimental. Começando pela caracterização do baixo nível de interpretação, esse nível será entendido como uma resposta ativa do observador em organizar, estruturar e focar os elementos visuais. Isso será visto a partir dos experimentos de Lashley (1932), de Watson e Kramer (1999) e da teoria gestáltica. O segundo nível será visto como decorrente da influência de elementos subjetivos sobre o que é observado. Nesse momento, será notada a influência dos valores, crenças e experiências do sujeito na experiência visual. Isso será baseado, principalmente, no experimento de Bruner e Goodman (1947). Por fim, o terceiro grau de interpretação contará com a forma mais intrincada de teorização, em que as teorias e paradigmas vigentes influenciam diretamente o modo como o sujeito experiencia visualmente o objeto. (Kuhn, 1984; Hacking, 2012)