NATÁLIA ACURCIO CARDOSO

Apresento nesse projeto um percurso de explicitação e reflexão a respeito de uma suposta estrutura de opressão colonial presente na História da Filosofia de Hegel, dentro dos seus comentários sobre o continente Africano. Além disso, procuro articular o pensamento de Frantz Fanon como um importante contraponto ao ensejo de universalismo na filosofia hegeliana. O objetivo geral dessa pesquisa é uma dupla tarefa reflexiva que nos permita tanto desenvolver a tese de que o modo de opressão articulado por Hegel seria uma estratégia de defesa do seu sistema filosófico, como fazer a crítica dos conceitos de universalidade e de humanidade ali presentes, além de repensar outras formas de conceber esses conceitos. A metodologia consiste na análise e nos comentários críticos dos textos trabalhados, assim como na incorporação daquilo que se entende por método decolonial, que é a desconstrução de conceitos clássicos articulados pela filosofia, que muitas vezes são apresentados como inerentes à pesquisa científica. Como resultados, espera-se criar impacto nos estudos decoloniais e estabelecer diálogo com o debate cada vez mais amplo a respeito da relação do racismo com o cânone filosófico.