O objetivo desta pesquisa é investigar a concepção de alma de Elisabeth da Boêmia à luz de sua correspondência com Descartes na linha interpretativa de Lisa Shapiro (1999). Em suas primeiras cartas ao filósofo, Elisabeth argumenta da seguinte maneira: diferentemente do que Descartes defendia, a alma precisaria possuir uma espécie de “função extensa essencial” que pudesse viabilizar a sua interação com o corpo. Ela acreditava que, somente desse modo, o espírito poderia determinar as ações voluntárias. Essa necessidade de “materializar” a alma, embora pareça não culminar em um materialismo absoluto, é caracterizado por Shapiro como uma perspectiva materialista não reducionista. Entretanto, mesmo que Elisabeth não reduza o espírito ao corpo, ainda assim a sua visão parece se distanciar da proposta ontológica cartesiana, sobretudo porque Descartes jamais abdicou de seu dualismo em face da tese da união substancial.
RAFAEL TERUEL COELHO
Curso
Doutorado
Título da pesquisa
A alma em Elisabeth da Boêmia: uma crítica ao dualismo cartesiano
Resumo da pesquisa
Orientador
Tessa Moura Lacerda
Fomento
Fapesp