JORGE FELIPE HENRY

Curso
Mestrado
Título da pesquisa
Simondon: individuação e antropologia da natureza
Resumo da pesquisa

Na pesquisa aqui proposta, a relação entre L’individuation à la lumière des notions de forme et d’information (ILFI), de Gilbert Simondon e a assim chamada “antropologia da natureza” se dá por via de conceitos externos à filosofia e à antropologia. Noções como metaestabilidade, defasagem e transdução, campo, informação, estados emaranhados, não-localidade e não-identidade – que se encontram em ILFI de maneira explícita – são noções que foram emprestadas por Simondon da termodinâmica, da física quântica e da cibernética. Nos seus passos, vamos por meio desses conceitos problematizar a aparição de um campo subjacente a partir do qual o vivo se desfralda, ou melhor, a partir do qual tudo se desfralda mediante um processo de individuação. A fase coletiva desse processo é a transindividuacão, i.e., a relação entre partes metaestáveis, incoativas, que escorregam umas pelas outras por transdução – processo dinâmico que constitui seus termos. A transindividuação é propriamente o fenômeno que se pode perceber em ação em coletivos fluidos, como ameríndios, melanésios e outros. Lá está em jogo o ser da relação que prevalece sobre o ser. Vamos notar que esses conceitos são, de fato, estranhamente familiares a uma outra maneira não-antropomórfica, não-antropocêntrica, não-antropológica de ver o universo do vivo, ou o universo tout court: a maneira de povos originários que, como os indivíduos simondonianos, parecem existir como fulgurações insubstanciais, ondas de informação, coletivos transindividuais. 

Orientador
Olgária Chain Feres Matos