JOSIEL DOS SANTOS CAMARGO

A representação científica tem sido, no debate atual em filosofia da ciência, o ponto comum ou mesmo convergente entre posições realistas e antirrealistas acerca da ciência. Em parte, esses pontos comuns se relacionam com alguns elementos que foram gradualmente atenuando suas grandes diferenças, como é o caso do uso de modelos defendido por van Fraassen, ou mesmo um desprendimento de uma busca pela realidade objetiva, sustentada por Giere em defesa do realismo científico. Ao olharmos para o debate entre o realismo e o empirismo construtivo em meados dos anos 80, gerado pela publicação de The Scientific Image (1980), até o recente debate entre os novos realismo e empirismo estrutural, nota-se que houve significativas mudanças em ambas as teses, como é o caso, de um lado, do abandono do realismo metafísico, objetivo ou mesmo ingênuo e outras visões fortes acerca do realismo científico e, de outro, pelo abandono gradual de uma postura empirista rigorosa por parte de van Fraassen a partir de uma epistemologia mais permissiva construída gradualmente em suas obras, assentada nos pressupostos de um voluntarismo.