Neste projeto de pesquisa, proponho para investigação a tese de que na filosofia platônica o prazer não-racional é concebido como a primordial força psíquica capaz de produzir perspectivas incomensuráveis sobre a realidade, a verdade e o bem. Nesta tese, está implicado o seguinte problema filosófico: que a experiência hedônica não-racional é indissociável da geração na alma de certos efeitos psíquicos e epistêmicos capazes de distorcer ou deformar a perspectiva do agente, obstaculizando processos de sua inteligência tais como raciocínio e cálculo. Tomo por hipótese interpretativa que, na circularidade entre as doutrinas da alma, da realidade e do conhecimento, encontramos em Platão uma doutrina do perspectivismo humano, pela qual este problema pode ser interpretado. Perspectivismo em filosofia é a noção de que não há perspectiva unívoca sobre a Realidade e a Verdade, mas múltiplas perspectivas. O perspectivismo platônico parece baseado na ideia que aquilo que um ser humano percebe de si mesmo e do mundo está sempre condicionado pelos desejos de sua estrutura psíquica, também por seus diversificados poderes epistêmicos e os aspectos da realidade capazes de captar.
PABLO SOUTO MAIOR HARDUIN
Curso
Doutorado
Título da pesquisa
Perspectivismo, Incomensurabilidade e Prazer em Platão
Resumo da pesquisa
Orientador
Marco Antonio de Ávila Zingano