Como certa vez Nietzsche alertou, seus textos de juventude, como suas Extemporâneas, eram como “armas feitas para golpear a cabeça das pessoas até que algo aconteça” no contexto de uma verdadeira “guerra cultural” travada sobretudo desde a criação do teatro de Bayreuth que viria a ser inaugurado em 1876. Esta pesquisa busca encontrar uma chave hermenêutica para a leitura dos ditos textos de juventude de Nietzsche associando-os, como peças complementares, à causa wagneriana de realização de um projeto estético para a Alemanha depois da Unificação. Em certo sentido, esse trabalho busca sistematizar aquela afirmação de Charles Andler que na sua biografia intelectual de Nietzsche fica apenas sugerida, a saber, de que a obra do filósofo até a ruptura com o projeto de Bayreuth tem como ponto de partida “sempre as lacunas do sistema wagneriano”. Buscando complementar as obras de Wagner, Nietzsche teria inclusive despertado o seu próprio gênio. A partir disso, pretendo também, pelo prisma da amizade entre Nietzsche e Wagner, encontrar um ponto privilegiado de análise da história das ideias na Alemanha desde o fracasso das revoluções de 1848 até a unificação em 1871.
RODRIGO JUVENTINO BASTOS DE MORAES
Curso
Doutorado
Título da pesquisa
Wagner, Nietzsche e o romantismo de Bayreuth: uma epopeia do espírito da música
Resumo da pesquisa
Orientador
Eduardo Brandão
Fomento
CAPES