Proponho um retorno a uma abordagem Kierkegaardiana-Wittgensteiniana no âmbito da filosofia da religião ao argumentar que a filosofia analítica contemporânea sofre de uma confusão metafísica. Os debates atuais confundem "veridativos objetivos"/truthmakers (por exemplo, experiências religiosas ou místicas) com crenças subjetivas, levando a uma "confusão das esferas" na qual a religião é analisada a partir de categorias que são alheias à sua natureza. Para atacar esse problema, minha proposta se centra em três pontos principais: (i) desafiar as suposições subjacentes à filosofia analítica contemporânea da religião; (ii) reviver uma visão não-evidencialista da crença religiosa a fim de esclarecer o que está em jogo ao optarmos por um compromisso subjetivo; e (iii) afirmar que o compromisso religioso subjetivo não diz respeito a crenças incertas, mas sim a uma certeza profundamente pessoal (como no caso de experiências místicas) -- coisa essa que não pode ser expressa nem justificada. Em última análise, tais certezas só podem ser demonstradas por meio de um compromisso radical com a própria existência, algo completamente inacessível a partir de uma perspectiva puramente objetiva.
RODRIGO CÉSAR CASTRO LIMA
Curso
Doutorado
Título da pesquisa
O problema da análise da experiência religiosa na filosofia da religião contemporânea
Resumo da pesquisa
Orientador
João Vergílio Gallerani Cuter
Fomento
CNPq