Este trabalho tem por finalidade a investigação da alteridade radical implícita na concepção de “Deus”, segundo a perspectiva do filósofo francês Blaise Pascal. Tendo em vista sua cosmovisão jansenista, Pascal enfatiza a substancial necessidade humana de buscar fora de si próprio aquilo que lhe falta. Segundo o autor, devido ao horror que o homem possui da sua própria realidade, ou seja, da sua natureza cindida pelo pecado, o movimento feito em direção ao que lhe é externo se justifica pela carência inerente que o impulsiona a tentar compreender – no outro – o que é o eu. Todavia, cabe ressaltar que, de acordo com Pascal, do fato de que o eu é insuportável para si mesmo, não se segue que ele saiba a causa desta fatídica condição, o que o impele a desviar-se de si, seja em direção ao divertimento ou em direção à opção adequada que é Deus, como aponta o filósofo. Por esta razão, será analisada não a essência de Deus, mas, a necessidade indissociável que o eu possui de estabelecer relações interpessoais, não somente com seus semelhantes em sentido horizontal, mas principalmente na perspectiva verticalizada, tendo em Deus a referência suprema de uma alteridade absolutamente radical.
IGOR CÉSAR NOBRE MESSIAS
Curso
Mestrado
Título da pesquisa
A alteridade radical do Deus pascaliano
Resumo da pesquisa
Orientador
Luís César Guimarães Oliva
Fomento
CAPES