Aristóteles é um filósofo particularmente atento às complexidades da psicologia animal. As discussões do autor sobre desejos e emoções são profundamente sofisticadas. Ainda que seja anacrônico atribuir-lhe uma distinção consciente entre as duas noções, o autor era sensível às especificidades de cada uma e às tensões provocadas pelas tentativas de lhes atribuir unidade conceitual. Algumas dessas tensões parecem premonitórias das dificuldades que os filósofos da psicologia contemporânea tem encontrado ao lidar com esses fenômenos. A discussão do autor sobre emoções e desejos é fragmentada. Há contextos em que Aristóteles as aborda de maneira indiferente, enquanto em outros é mais restritivo, não sendo possível transferir as características das análises específicas dos fenômenos de um grupo para o outro. O objetivo da tese é analisar as fronteiras conceituais entre esses fenômenos na obra de Aristóteles, discutindo as características atribuídas pelo autor para cada um dos fenômenos e comparando suas percepções e dificuldades com aqueles presentes no debate contemporâneo.
JOÃO GABRIEL BORGES RIBEIRO
Curso
Doutorado
Título da pesquisa
Πάθος e ὄρεξις: a arquitetura conceitual das motivações não-racionais na filosofia de Aristóteles
Resumo da pesquisa
Orientador
Marco Antonio de Ávila Zingano
Fomento
Fapesp