No início do século XVII, o debate sobre a excelência dos homens e das mulheres pelo comparativo de superioridade e de inferioridade encontra-se desgastado e estéril, servindo aos interesses políticos e religiosos sobre o lugar da mulher na sociedade. Marie de Gournay introduz o comparativo de igualdade – até então usado para medir forças, pesos e potência militar – em uma tese surpreendente sobre a questão dos sexos, fundada no modelo da natureza, nos testemunhos de autoridades, na filosofia e na teologia. Ela combate a tirania dos costumes, refutando sofismas e crenças, com ferramentas da lógica subordinando-a à retórica. O discurso de Gournay contempla sua condição de mulher, sua experiência com a alquimia, seu repertório filosófico, seu método de trabalho como escritora, editora e tradutora, culminando em uma filosofia de múltiplas abordagens que se emparelham ou se entrecruzam na medida em que seu pensamento se torna palavra escrita. Defende-se aqui um lugar para Marie de Gournay na história da filosofia moderna do século XVII, demonstrando as virtudes da ideia de igualdade dos sexos como propulsora da equidade social.
CLEMIE FERREIRA BLAUD
Curso
Doutorado
Título da pesquisa
Marie de Gournay. A questão da igualdade entre homens e mulheres
Resumo da pesquisa
Orientador
Maria das Graças de Souza
Fomento
Fapesp
Data da defesa
05/08/2025