Nossa pesquisa se insere no debate estético sobre a tragédia burguesa francesa do século XVIII e a transposição, no teatro do século das Luzes, do gênero sério, considerado intermediário entre os gêneros extremos, a saber, a tragédia e a comédia, e que será designado no século XIX como drama burguês. Partindo da teorização de Denis Diderot sobre o "sistema dramático", seguimos a trajetória dos elementos constitutivos da tragédia burguesa na medida em que eles são tributários dos processos e modelos da tragédia clássica. Esses elementos são evidenciados pelas posições sociais dos personagens, seus conflitos familiares e pela relação entre as paixões expressas no palco do século XVII e a nova concepção de emoção no século XVIII. Consequentemente, trata-se de verificar, a partir do drama, como esse gênero se posiciona e quais elementos ele retoma diretamente da tragédia clássica. Ao analisar a aplicação das unidades de lugar, ação e tempo, o respeito ou não das regras de decoro e verossimilhança sob uma nova aparência, identificamos o modelo trágico que persiste no coração do drama burguês.
GABRIEL FEDERICCI DA COSTA
Curso
Doutorado
Título da pesquisa
A permanência do modelo trágico na estética do drama burguês
Resumo da pesquisa
Orientador
Pedro Paulo Garrido Pimenta
Fomento
CNPq